Warley Corrêa Dos
Santos*
Essa análise tem
objetivo de demonstrar o estilo
Arcadismo na obra de Manuel Maria de Barbosa Du Bocage, “15 de Setembro de 1765 – Lisboa, 21 de Dezembro de 1805” foi
um poeta português e, possivelmente, o maior representante
do arcadismo lusitano. Embora ícone deste movimento
literário, é uma figura inserida num período de transição do estilo clássico
para o estilo romântico que terá forte presença na literatura portuguesa do século XIX.
Bocage foi o mais popular
e renomeado poeta português do século XVIII. Segui na Nova Arcádia o pseudônimo
de Elmano Sadino Elmano é o anagrama de Manoel e Sadino é uma alusão ao rio
Sado, que passa na terra natal do poeta.
Levou
uma vida agitada e intensa, na qual se incluem decepções amorosas, revolta
contra as instituições da sua sociedade, prisões, vícios, doença e um fim de
vida sem dinheiro e propriedades. Devido a isso, em alguns de seus poemas,
Bocage ver usa historia de vida na vida do poeta Camões.
Podemos
dividir sua obra em poesia satírica, na qual demonstra seu lado mais atrevido e
provocador; poesia bucólica, influenciada pelo arcadismo, e poesia lírica
pré-romântica, na qual se concentra sua melhor performance e originalidade de seu
talento como poeta artístico. Vejamos abaixo:
Marília, se em teus olhos atentara,
Do estelífero sólio reluzente,
Ao vil mundo outra vez o omnipotente,
O fulminante Júpiter baixara
Se o deus que assanha as Fúrias, te avistara
Do estelífero sólio reluzente,
Ao vil mundo outra vez o omnipotente,
O fulminante Júpiter baixara
Se o deus que assanha as Fúrias, te avistara
As mãos de neve, o colo transparente,
Suspirando por ti, do caos ardente
Surgira à luz do dia e te roubara.
Suspirando por ti, do caos ardente
Surgira à luz do dia e te roubara.
Se a ver-te de mais perto do Sol descera,
No aúreo carro veloz dando-te assento,
Até da esquiva Dafne se esquecera.
No aúreo carro veloz dando-te assento,
Até da esquiva Dafne se esquecera.
E se a força igualasse o pensamento
Ó alma da minhalma, eu te ofrecera
Com ela a Terra, o Mar e o Firmamento.
Ó alma da minhalma, eu te ofrecera
Com ela a Terra, o Mar e o Firmamento.
O poema é estruturado em soneto, marcados pelas regras:
catorze versos divididos em dois quartetos e dois tercetos. Essa técnica exige
do poeta uma habilidade literária destacável.
A natureza atua de cenário
para o acontecimento sentimental: “Marília, se em teus olhos
atentara, /
Do estelífero sólio reluzente, ”.
As semelhança com clássicos e um
fato e de certa forma chegando ao ponto de
imitação da poesia clássica e grego-latina, a simplicação lingüística é
aplicada, procurando a clareza dos versos:” Se o
deus que assanha as Fúrias, te avistara /As
mãos de neve, o colo transparente, / Suspirando
por ti, do caos ardente /
Surgira à luz do dia e te roubara./
Surgira à luz do dia e te roubara./
Bocage também se utilizou dos temas árcades, seguindo à
moda bucólica e pastoril, além de reposicionar os personagens da mitologia
clássica, uma marca clara do Neoclassicismo, dos valores até então pedidos no período Barroco é
retornado e neste poema em especifico podemos observar sua presença:” Ao vil
mundo outra vez o omnipotente, / O fulminante Júpiter baixara. Clássica exaltação dos Deuses . Se a
ver-te de mais perto do Sol descera,
No aúreo carro veloz dando-te assento, / Até da esquiva Dafne se esquecera.
No aúreo carro veloz dando-te assento, / Até da esquiva Dafne se esquecera.
O
amor neste poema está triste porem satisfeito em amar Marília
incondicionalmente e por ela daria tudo até mesmo a vida: “E se a força
igualasse o pensamento /Ó alma da minhalma, eu te ofrecera /Com
ela a Terra, o Mar e o Firmamento.”.
Segundo historiadores, Bocage teria amado Marília, que
conta, teria sido Maria Margarida Rita Constâncio Alves, filha de um médico da
Corte Portuguesa. Era típico dos árcades e neoclacissistas, utilizarem nome
fictício em composições poéticas, logo Marília seria Maria Margarida, por quem
se apaixonou em sua vida real”, porem
não teria sido seu único amor, é valido informar.
Fonte:
http://www.youtube.com/watch?v=LcbIS-Xf474
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