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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

ANÁLISE DA OBRA: MARÍLIA, SE EM TEUS OLHOS ATENTARA BOCAGE - O PASTOR BUCÓLICO


Warley Corrêa Dos Santos*



Essa análise tem objetivo de demonstrar o estilo  Arcadismo na obra de Manuel Maria de Barbosa Du Bocage, “15 de Setembro de 1765  Lisboa, 21 de Dezembro de 1805” foi um poeta português e, possivelmente, o maior representante do arcadismo lusitano. Embora ícone deste movimento literário, é uma figura inserida num período de transição do estilo clássico para o estilo romântico que terá forte presença na literatura portuguesa do século XIX.

Bocage foi o mais popular e renomeado poeta português do século XVIII. Segui na Nova Arcádia o pseudônimo de Elmano Sadino Elmano é o anagrama de Manoel e Sadino é uma alusão ao rio Sado, que passa na terra natal do poeta.

Levou uma vida agitada e intensa, na qual se incluem decepções amorosas, revolta contra as instituições da sua sociedade, prisões, vícios, doença e um fim de vida sem dinheiro e propriedades. Devido a isso, em alguns de seus poemas, Bocage ver usa historia de vida na vida do poeta Camões.

Podemos dividir sua obra em poesia satírica, na qual demonstra seu lado mais atrevido e provocador; poesia bucólica, influenciada pelo arcadismo, e poesia lírica pré-romântica, na qual se concentra sua melhor performance e originalidade de seu talento como poeta artístico. Vejamos abaixo:

Marília, se em teus olhos atentara, 
Do estelífero sólio reluzente,
 
Ao vil mundo outra vez o omnipotente,
 
O fulminante Júpiter baixara

            
Se o deus que assanha as Fúrias, te avistara 
As mãos de neve, o colo transparente, 
Suspirando por ti, do caos ardente
 
Surgira à luz do dia e te roubara.
Se a ver-te de mais perto do Sol descera, 
No aúreo carro veloz dando-te assento,
 
Até da esquiva Dafne se esquecera.
E se a força igualasse o pensamento 
Ó alma da minhalma, eu te ofrecera
 
Com ela a Terra, o Mar e o Firmamento.

            O poema é estruturado em soneto, marcados pelas regras: catorze versos divididos em dois quartetos e dois tercetos. Essa técnica exige do poeta uma habilidade literária destacável.
           
A natureza atua de cenário para o acontecimento sentimental: “Marília, se em teus olhos atentara, / Do estelífero sólio reluzente, ”.
           
            As semelhança com clássicos e um fato e de certa forma chegando ao ponto de  imitação da poesia clássica e grego-latina, a simplicação lingüística é aplicada, procurando a clareza dos versos:” Se o deus que assanha as Fúrias, te avistara /As mãos de neve, o colo transparente, / Suspirando por ti, do caos ardente /
Surgira à luz do dia e te roubara./

            Bocage também se utilizou dos temas árcades, seguindo à moda bucólica e pastoril, além de reposicionar os personagens da mitologia clássica, uma marca clara do Neoclassicismo, dos valores até então pedidos no período Barroco é retornado e neste poema em especifico podemos observar sua presença:” Ao vil mundo outra vez o omnipotente, / O fulminante Júpiter baixara. Clássica exaltação dos Deuses . Se a ver-te de mais perto do Sol descera, 
No aúreo carro veloz dando-te assento,
 / Até da esquiva Dafne se esquecera.

            O amor neste poema está triste porem satisfeito em amar Marília incondicionalmente e por ela daria tudo até mesmo a vida: “E se a força igualasse o pensamento /Ó alma da minhalma, eu te ofrecera /Com ela a Terra, o Mar e o Firmamento.”.


            Segundo historiadores, Bocage teria amado Marília, que conta, teria sido Maria Margarida Rita Constâncio Alves, filha de um médico da Corte Portuguesa. Era típico dos árcades e neoclacissistas, utilizarem nome fictício em composições poéticas, logo Marília seria Maria Margarida, por quem se apaixonou em sua vida real”,  porem não teria sido seu único amor, é valido informar.

Fonte:
http://www.youtube.com/watch?v=LcbIS-Xf474

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